A
BUSCA DO SEU ESTILO
Débora
De Pieri*
Jane dos Santos Machado*
O estilo é
uma escolha pessoal, vem de dentro para fora. A moda
é uma proposta da indústria. Todos nós
somos únicos, por isso devemos respeitar a nossa
formação biológica. Sejamos altas,
baixas, gordas, magras, louras ou morenas, o que precisamos
ter é o nosso próprio estilo. O estilo
não segue a moda, não é momentâneo
e deve ser o nosso diferencial, a nossa marca.
Através do comportamento visual - vestuário,
cabelo, cores, jóias, acessórios, postura
entre outros - é traduzida a personalidade de
cada um, onde as escolhas exteriores refletem as vozes
interiores. Os sinais contidos em cada apresentação
pessoal podem ser lidos de forma negativa, mesmo que,
aparentemente, a pessoa acredite estar de acordo com
o figurino.
Isto acontece quando as pessoas seguem a moda estimulada
pela mídia, e que nem sempre é adequada
ao estilo pessoal ou à profissão, transformando
a própria imagem numa linguagem visual capaz
de, descaracterizar totalmente a sua personalidade.
É possível encontrar pessoas vestidas
com as melhores roupas e, mesmo assim, não parecerem
bonitas e elegantes. Falta alguma coisa: estilo! Um
estilo não se compra como a moda, é adquirido
através dos anos. Jamais deve ser copiado de
alguém, é muito importante que cada pessoa
encontre o seu. O caminho para encontrar o seu próprio
estilo é conhecer e aprender a combinar a sua
personalidade com o seu visual.
As roupas que usamos revelam muito sobre nosso estilo
de vida, nossas emoções e interesses.
Quem se sente bem vestido, satisfeito com a própria
aparência, transmite aos outros uma imagem positiva
e confiante. Para ter estilo e ser elegante, não
precisamos abarrotar o armário com roupas caras.
Pelo contrário, o importante não é
a quantidade, mas a qualidade.
Na era do mundo competitivo, a construção
de uma boa imagem profissional, social e pessoal requer
postura, hábitos e vestimenta adequada. Neste
mundo de negócios, os profissionais que têm
consciência do poder da imagem possuem uma ferramenta
valiosa que os ajudará a alcançar o sucesso,
qualquer que seja a profissão. "O profissional
deve levar em conta que não se veste para si,
e sim para seu cliente e seus parceiros de trabalho",
opina Ilana Berenholc, consultora de moda ligada ao
Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Na avaliação do profissional, distinguem-se
maneiras, posturas, cortesia e aparência. No mercado
de trabalho, entre dois candidatos com igual capacitação
técnica, reúne maior chance aquele com
melhor aparência e trato agradável. Os
profissionais que têm estes itens bem elaborados
desenvolvem a autoconfiança e reforçam
suas atitudes.
Essencialmente, uma pessoa que tem estilo e vive no
conforto da autoconfiança, assume sem temor os
grandes desafios e, por isso, reage aos seus pontos
fracos transformando-os num ingrediente favorável
a uma boa aparência.
No mundo empresarial, o profissional de secretariado
precisa cuidar bem da sua imagem, imprescindível
a uma boa aparência do executivo. Por isso, é
fundamental que ele não se apegue aos modismos
e que saiba ser elegante e vestir-se com estilo, de
forma sóbria e agradável, sem exageros,
privilegiando os modelos tradicionais, como blazers,
tailleurs e roupas clássicas.
É importante pensar que todos os dias de trabalho
são como um primeiro encontro com alguém,
onde a imagem não é tudo, mas, sem dúvida,
diz muito. Aparência, expressão facial,
idade, sexo e linguagem corporal compõem uma
boa parte da mensagem apresentada a outra pessoa no
primeiro encontro. É desta forma que o profissional
deve tratar o seu dia-a-dia, com muita atenção
a todos esses detalhes.
O problema de uma impressão inicial negativa
ou, pior ainda, se houver reincidência encontros
seguintes, é que as palavras, muitas vezes, não
escamoteiam as falhas da aparência. Para a carreira
progredir, precisamos de uma imagem que melhore ou complemente
aquela apresentada pela empresa aos clientes.
Devemos saber do perfil da empresa e sua cultura e,
a partir desse conhecimento, montar o guarda-roupa ideal.
É fundamental saber o nível da sua função
dentro da empresa, pois isso resultará em boa
atuação e apresentação profissional.
Aqui entra a questão das diferenças entre
um profissional de secretariado executivo de uma grande
multinacional e de uma empresa de pequeno porte. É
evidente que ambos devem apresentar-se bem, mas os estilos
serão diferentes.
O ambiente de trabalho da multinacional exigirá
que o profissional se vista com mais elegância,
com maior discrição, em cores clássicas,
associando acessórios discretos e de boa qualidade.
Enfim, um cuidado todo especial com a aparência,
pois é a primeira pessoa a fazer contatos com
os clientes e desta impressão depende o encaminhamento
das negociações no nível administrativo-financeiro.
Na empresa de pequeno porte, o profissional deve usar
a mesma linha de elegância, sem, contudo, declinar-se
a tanta exigência. Poderá usar roupa mais
simples e um pouco mais livre, permitindo-se ousar em
alguns acessórios, mantendo sempre o bom gosto.
Cabe-lhe usar, quem sabe, um uniforme, mas sem negligenciar
o bom senso.
Desta forma, não podemos misturar os papéis.
Isto é regra básica. Há oportunidade
para vestir o que nos faz bem. Rotulamos os estilos
como esportivos, sociais, clássicos, empresariais,
portanto, por que não pensarmos em estilo empresarial?
Quem tem estilo faz escolhas de forma consciente, coerente
e sistemática, com o objetivo de ser visto exatamente
como planejou. (Chic, 2001, p.13)
Será que nós profissionais de secretariado
planejamos estar sempre bem dentro da empresa? Fazendo
uma análise desta pergunta, a sua resposta dirá
exatamente o que devemos ter como preocupação
na hora de buscar o próprio estilo. Querendo
ou não, a imagem do profissional de secretariado
é fundamental, pois é através dele
que o relacionamento humano acontece. Nunca calculamos
quantas pessoas vamos encontrar durante o dia, quais
os tipos, locais e outros tantos fatores, mas tudo isso
deve ser levado em conta, na hora de escolher a roupa
para trabalhar. "Estar bem vestido denota que o
profissional pode representar bem a empresa, além
de demonstrar o valor que dá a si mesmo",
completa Nora-ney Cerneviva, diretora de RH do Citibank.
Mais
do que o ato de escolher, quem tem estilo
faz um depoimento de si mesmo, com toda nitidez.
De longe dá para saber a que tribo
pertence. O estilo manifesta sua identidade
social e sinaliza para os outros de que modo
você quer ser vista. (Chic, 2001, p.13)
O simples ato
de vestir-se faz a diferença, soma pontos. Um
profissional de secretariado elegante com seu próprio
estilo tem um valor especial, mas esta não deve
ser a única razão que o motive a buscar
o crescimento na empresa. O estilo deve estar aliado
a valores como: competência, inovação,
empreendedorismo, honestidade, responsabilidade, lealdade,
discrição, ética e o crescimento
intelectual constante
Antes de preparar a roupa que vai com você
para o trabalho, não se esqueça:
neste mundo, o que está em jogo é
a sua cabeça, suas idéias, seu
desempenho, sua eficiência – e
não o seu corpinho escultural.(Chic,
2001, p. 128)
Temos que compor a competência
com a elegância – os dois caminham lado
a lado.
Mito: Quanto mais sexy, maior a promoção!
Nada mais fora do lugar que roupas provocantes
no ambiente de trabalho. Se esta é
a escalada para um cargo melhor, tudo errado,
mude de empresa. (Chic, 2001, p. 130)
O antigo adágio,
que transmitia a idéia de que bastava ser competente
para ser notado, negligenciando a aparência, também
deixou de ser convincente. Pode ser que os outros levem
muito tempo para perceber o seu talento ou, pior ainda,
nem o notem. Portanto, devemos ser competentes e fazer
o nosso visual trabalhar a nosso favor.
A afirmação “quero ser promovida
por meu desempenho, não pela maneira como me
apresento” exemplifica um julgamento errôneo
de como o mundo funciona. No primeiro encontro, as pessoas
têm pouco em que se basear, exceto pela aparência
e atitude. Infelizmente, a primeira impressão
pode ser duradoura, pois as percepções
quase nunca mudam, e, provavelmente, se continuará
projetando a mesma imagem.
A aparência e o que ela transmite são parte
integrante de nosso desempenho. Reconheçamos
que nossa imagem pode afetar o nosso jeito de trabalhar
e a maneira como as pessoas vêem nosso trabalho.
Cultivar a imagem significa definir mais atentamente
aquilo que somos de verdade. Sejamos autênticos
e genuínos, não mascarando aspectos da
personalidade.
O vestuário é uma comunicação
silenciosa, porém poderosa. O que vestir, quando
vestir e por que vestir pode abrir as portas do sucesso
ou trancá-las. O comportamento visual fala, às
vezes grita, até mesmo antes de a pessoa proferir
qualquer palavra.
Hoje, com a voraz concorrência, estar ciente desses
pequenos detalhes faz uma enorme diferença, para
quem busca o aprimoramento pessoal e a conquista de
metas pessoais ou profissionais bem sucedidas. Saber
utilizar técnicas visuais corretas pode deixar
de ser privilégio dos entendidos, para estender-se
a todos os que procuram projetar uma imagem de poder
pessoal. O sucesso está contido no uso correto
de ferramentas para enunciar a linguagem visual.
Por fim, ter estilo próprio é uma questão
de saber interpretar a si mesmo, com personalidade.
Para se ter estilo é necessário um processo
de autoconhecimento.
Na prática, ao se vestir, o mais importante é
aprender a valorizar as suas qualidades e a tirar proveito,
inclusive, dos seus pontos fracos, fazendo deles um
charme.
Enfim, arrojado ou conservador, não importa qual
o seu estilo. Para acertar no figurino seja fiel a si
mesmo e se sinta confortável, apreciado e adequado.
Adotemos um estilo e brilhemos sempre.
*Débora De Pieri, Secretária Executiva
- DRT/SC nº 807, Responsável pelos Convênios
de Pós-graduação
Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Diretoria
de Pesquisa e Pós-graduação, deborap@unisul.br
*Jane dos Santos Machado, Vice-Presidente
do SINSESC, Profª Supervisora de Estágio
do Curso Letras-Secretariado Executivo da UNISUL, Advogada,
Jane@sinsesc.com.br